quinta-feira, 19 de maio de 2011

A construção de um mundo sustentável deve ser o norte do jornalista

Jornalista Renata Camargo faz palestra sobre a importância
da imprensa para a construção de um mundo sustentável
Foto: Francisco Stuckert
O segundo dia da Jornada Acadêmica de Jornalismo realizada pela Universidade Paulista (UNIP), campus Brasília, contou com a presença de Renata Camargo. A jornalista é colunista no site Congresso em Foco e também especialista em direito ambiental e desenvolvimento sustentável.

O assunto em questão foi à sustentabilidade. Para Camargo, apesar da definição de um mundo sustentável ser algo pessoal, todos precisam levar em consideração a justiça, igualdade e acima de tudo a preservação dos bens naturais, consumindo só o que é necessário.

Os meios de comunicação tem o papel de informar e isso é transcrever a realidade com imparcialidade, fiscalizar os recursos públicos e formar opinião como, por exemplo, nos editoriais e colunas.


Segundo a palestrante o jornalista tem que ter um papel ambiental, conscientizando a população sobre os recursos naturais e medidas para preservação dele a médio e longo prazo.

A atual discussão sobre o novo código florestal também foi debatido. Para ela esse tema trata de uma “briga” de dois pontos de vista diferentes. Um lado prioriza o crescimento econômico e o outro repensa os padrões de consumo. “Na cobertura de um caso como esse o repórter precisa entender a situação como um todo e não como um fato isolado” afirma.

A formação profissional foi apontada como fundamental em todas as áreas do jornalismo. Hoje o mercado mudou. Se exige que tenhamos uma educação especializada, visão crítica sobre os fatos e ser consciente. A contribuição para construção de uma sociedade melhor deve ser o foco em cada matéria, deixando as informações fúteis de lado priorizando as relevantes.

Por: Mirelle Pinheiro
Edição: Renata Moreira Suélem Santos

Corban Costa fala como foi ficar preso no Egito

"O jornalismo caiu no meu colo", afirma Corban Costa
Foto: F. Stuckert
 “O jornalismo caiu no meu colo”. Foi com essa frase que o jornalista da Rádio Nacional, Corban Costa iniciou sua palestra nesta quinta-feira (19) durante a Jornada de Jornalismo da Unip 2011.

Costa estava no sétimo semestre do curso de administração quando descobriu que não era essa carreira que queria seguir. Depois de algum tempo, resolveu abandonar a rotina administrativa e fazer outra faculdade. Entre economia, contabilidade e comunicação, Costa optou pela comunicação e diz não se arrepender.
O jornalista contou as várias situações difíceis pelas quais passou por causa da profissão. Foram desde viagens com o ex-presidente Fernando Collor de Melo, desapropriação de garimpos em reservas indígenas, à cobertura durante a guerra civil na Angola. "Quando você é jornalista e aceita desafios, você pode ultrapassar o racional e arriscar sua vida, vai de cada um", ressalta.

Prisão Egito
A mais recente aventura internacional que Corban Costa viveu foi em março deste ano. Com uma pauta para cobrir o Fórum Social em Senegal, e uma mudança de itinerário, Costa foi parar no Egito apara acompanhar o desenrolar da revolta popular contra o ex-ditador Hosni Mubarak.
Corban Costa foi com o colega Gilvan Rocha noticiar a crise política. Assim que desembarcaram no aeroporto tiveram seus equipamentos apreendidos. Antes de conseguirem chegar ao hotel, os jornalistas foram barrados por policias, vendados e levados à delegacia, onde ficaram presos por 48 horas.
Para ele essa experiência tanto marcou a sua carreira, como também serviu para que  pudesse perceber os seus limites. "Nunca rezei tanto na vida. Temi pela minha vida cinco vezes, as cinco vezes eu rezei", relembra.
Assim que foram liberados, Costa e o colega tiveram que deixar imediatamente o Egito. O jornalista diz não acreditar que voltou ao Brasil sem nenhuma noticia, mas sendo a noticia.
Costa deixa a receita: as três coisas fundamentais a se saber para a superação de surpresas que possam aparecer durante uma cobertura jornalística é a preparação intelecto, física e espiritualmente.  Essa lição foi aprendida por ele na prática.

Por: Raysa Soares
Edição: Renata Moreira e Suélem Santos

Stepan fala sobre liberdade de expressão na Unip

O ator, diretor e deputado federal Stepan Nercessian (PPS-RJ) ressaltou na noite desta quarta-feira (18) a necessidade de as pessoas não perderem de vista a comunicação pessoal e direta, diante das novas tecnologias.

Foi durante palestra a estudantes e professores de Jornalismo da Universidade Paulista (Unip) – campus Brasília.

Stepan vem de uma geração que encontrou dificuldades para se expressar durante um certo período da história brasileira por causa do regime militar vigente. Vale ressaltar que ele foi militante político e teve participação ativa no movimento de redemocratização do país, batizado de Diretas Já, ocorrido na década de 80. 

                                                                         
                                                                                  Foto: Francisco Stuckert
Stepan é ator, diretor e deputado federal

Em plena era digital, hoje, ele acredita que a tecnologia é importante para o desenvolvimento da sociedade, mas deve ser usada com cautela. “Tem-se que ter limite e saber usá-la, para não perdemos o contato pessoal”, disse.

De acordo com o deputado, a Internet é uma ferramenta na qual a única razão é para fazer as pessoas se comunicarem. Mas ele acredita que dentro dessa comunicação não há trocas, somente a emissão de opinião.

“Os jovens hoje não se preocupam em conhecer outras pessoas e trocarem informações cara a cara, eles preferem entrar no Facebook e a partir daí conversar com o colega”, relatou. Para ele, a tecnologia avança a cada dia, mas afasta a comunicação interpessoal.

Nercessian explica que, muitas vezes, o cidadão sabe o que acontece no mundo pela Internet, mas não tem conhecimento do que se passa dentro de casa.

Analfabetismo virtual

Stepan levantou também um outro problema, que ocorre por conta das pressões da sociedade de consumo que se vê obrigada a migrar para as novas tecnologias sem, muitas vezes, conhecê-las.

Para ele, neste instante surge o analfabeto virtual. “Não temos no Brasil, postos de Internet pública, as pessoas que moram em comunidades no interior ficam excluídas da evolução digital”, relatou.

Segundo o ator e parlamentar, a Internet, se não for bem usada, vira uma repetição e cria a incapacidade nas escolas. “Temos que ver que a tecnologia é o braço que nos auxilia, mas, em muitos casos, o mundo virtual está sendo usado contra a vida do homem”, afirmou.

O deputado disse ainda que os jornalistas precisam de ousadia e criatividade. Para Stepan Nercessian, estes profissionais encontram isso na Internet por conseguirem se expressar com mais liberdade, pois muitos veículos de comunicação colocam limites ou seguem certo tipo de regras que não os permitem se expressarem livremente.

Na redação

Ele relatou ainda à plateia, que era formada por estudantes, professores e jornalistas profissionais, que durante sua adolescência trabalhou no jornal 5 de Março e foi auxiliar de revisor. “Minha formação cultural e intelectual foi na redação do jornal”, concluiu.

Por Julliana Ribeiro 
Edição: William Passos